Por que eu parei de escrever no Medium

Ryo
2 min readMar 12, 2020

Vou escrever rapidamente porque não é do meu interesse continuar por aqui, mas sinto que preciso fazer isso como forma de protesto.

Comecei a escrever na plataforma logo no início e, naquela época, tudo era lindo. O famoso lema do tiozão hipster.

Mas é verdade. Não havia esse modelo de membros pagos e artigos restritos. Só havia liberdade.

Hoje, me entristece ver que a maioria dos artigos interessantes fazem parte do camarote da plataforma. Ao invés de ser uma plataforma que incentiva a leitura e a escrita independente, o Medium se tornou uma plataforma que restringe a leitura para quem pode pagar.

E, amigos! O dólar não está fácil.

É claro que reconheço a necessidade de se pagar boletos. Afinal, escritores também comem.

Entretanto, o Medium escolhei monetizar da forma mais estúpida o possível.

Qualquer pessoa pode ler artigos pagos infinitamente ao abrir o texto no modo anônimo do navegador.

Com isso, a maioria que não sabe desta brecha simplesmente se afasta da leitura dos textos. A outra parte simplesmente não vê necessidade de pagar para ter algum benefício.

Enfim, existem infinitas formas de se monetizar em cima da plataforma.

Textos pagos para aparecer em alguma parte da página principal? Cobrar apenas as publicações? Incentivar “tips” assim como acontece nas plataformas de Stream?

São infinitas as possibilidades.

Chega a ser engraçado como o Medium fugiu das propagandas para criar um ambiente ainda pior e mais excludente.

E é claro que você, como escritor, pode simplesmente continuar escrevendo de forma aberta e não colaborar com isso. Mas quanto mais pessoas escrevem de forma aberta, mais popular a plataforma se torna para que os poucos que cobram pela leitura lucrem.

Alias, nem os escritores acabam lucrando devidamente, já que a maioria dos pagantes são os poucos escritores também. No fim, o único grande beneficiado é a própria plataforma — em detrimento de todos aqueles que formam o seu alicerce.

O que acho mais sensato é que o escritor desenvolva a capacidade de criar produtos ou serviços para ser pago, utilizando a escrita como porta de entrada para os leitores — modelo já utilizado pelos blogs e youtube.

Enfim, é isso.

Ainda voltarei aqui hora ou outra, de forma hipócrita, pois reside dentro de cada um uma certa necessidade de palco. Comunicar e ser ouvido, algo que, infelizmente, se tornou necessidade na era da Internet.

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Ryo

Aprendi a direcionar a minha preguiça para o bem da humanidade! Te ensino a fazer o dobro de coisas derrubando a metade do suor. Vem: http://www.thiagoryo.com