Desvendando o mito de Édipo e a Esfinge

Ryo
5 min readJan 4, 2017
(Fonte)

No mito de Édipo , havia uma esfinge no deserto que fazia uma charada para todos aqueles que tentassem atravessá-lo:

“Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?”

Todos que falharam foram devorados. Apenas Édipo conseguiu desvendar a questão com a seguinte resposta: “O amanhecer é a criança engatinhando, o entardecer é a fase adulta, e o anoitecer é a velhice, onde usamos bengala”.

E eu aposto que você nunca viu uma interpretação que vá além disso. A história seca, ignorando os símbolos e de moral quase insignificante.

Quando eu era mais novo, queria morrer ouvindo essas histórias todas sem pé nem cabeça. Com certeza havia algo escondido por trás de tudo isso.

Por que uma esfinge? De onde surgiam estes seres mitológicos? E por que criaram os mitos?

Hoje quero tocar em alguns desses segredos, então vamos descobrir qual o verdadeiro significado da resposta que Édipo nos deu.

Primeiro Estágio — O homem de quatro patas

Andar em quatro patas é a simbologia do nível mais baixo de uma pessoa, o nível bestial. Enquanto o homem é controlado pelos seus desejos mais básicos, ele não se diferencia de um animal sem escolha alguma.

Isso é representado pelo bebê que engatinha. Nesta fase, ainda não temos a capacidade de ir atrás dos nossos desejos. Somos seres dependentes e sem autoridade.

Não leve as coisas ao pé da letra. A maioria dos adultos andam em quatro patas.

É o estágio onde pensamos apenas na nossa sobrevivência e em satisfazer as nossas necessidades.

O quatro é o simbolo da segurança e da estabilidade. É onde tudo se encaixa, mas permanece estagnado, pois não vê motivos para mudar.

Nossos níveis bestiais são exatamente como símbolos que eles representam. São os burros teimosos, as ovelhas obedientes e os porcos sujos. Todos apenas obedecendo conforme a sua própria natureza de ser, imaturos quanto a percepção de uma Realidade muito superior.

Segundo Estágio — O homem de duas patas

Logo depois, ao entardecer, vem o homem de duas patas em seu estágio humano.

Aqui ganhamos independência para agir. Podemos buscar por dinheiro, poder, honra, status e conhecimento.

O dois é o símbolo da dualidade e também do surgimento do conhecimento, pois todo o discernimento é feito pelo contraste de opostos. Só sabemos que existe a coragem através do medo. O preto através do branco.

É o nível do homem dual, que se divide entre ter e não ter. Ricos e pobres, inteligentes e burros, bons e maus.

Aqui, de tão individualizado pela sua própria polaridade, o homem não consegue perceber que ele e o outro fazem parte de um mesmo sistema. Que os problemas dos demais também o afetam.

O homem reconhece os seus desejos, mas ainda não compreende o seu lugar no mundo.

Terceiro Estágio — O homem de três patas

Quando anoitece, entra o homem de três patas, originalmente conhecido como idoso por utilizar uma bengala.

Este é o nível do homem sábio e que está entre os dois níveis anteriores, entre o dois e o quatro.

Como idosos, voltamos a ser como bebês. Precisamos da ajuda das pessoas, mas agora já passamos por toda a experiência de ter vivido. Sabemos o que queremos, mas também reconhecemos melhor a importância daqueles ao nosso redor.

O três é o elo, o nível de ligação entre os níveis anteriores. É aquele que consegue entender o mundo além das dualidades, criando um ponto neutro para se colocar acima das polaridades.

O três é conhecido como um número perfeito e espiritual. Não é a toa.

Aqui o três representa uma pessoa que está acima da sua própria individualidade e alcançou um nível espiritual, ou seja, que consegue ver o mundo além do seu próprio ponto de vista.

É o homem que se conecta aos demais e que concilia paradoxos.

Morre a Esfinge

(fonte)

A esfinge possui diversas simbologias dentro do ocultismo e do esoterismo, mas dentro do contexto que apresento, a minha interpretação é outra. A esfinge é uma parte do nosso lado bestial representada pela combinação de diversos animais e do Homem. A esfinge é o nosso próprio Ego.

Todos os homens (de duas patas) que confrontavam a esfinge (quatro patas) acabavam sendo engolidos. Ou seja, enquanto o homem não descobrir a sua versão de três patas, ele continuará sendo engolido pelo Ego.

O deserto representa a individualidade, o egoísmo e a solidão. É um local seco onde a água não alcança.

Quando estamos afundados em nossa individualidade, o Ego se sobressai e nos questiona. É hora de testar os nossos aprendizados e evoluir, ou então deixar-se devorar pela nossa própria esfinge. Dessa forma, interrompe-se o processo e regredimos, nutrindo a nossa própria bestialidade.

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Muitíssimo Obrigado ❤

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Ryo

Aprendi a direcionar a minha preguiça para o bem da humanidade! Te ensino a fazer o dobro de coisas derrubando a metade do suor. Vem: http://www.thiagoryo.com